quinta-feira, 2 de maio de 2013

estive por
aí rasgada e
suja
desleixando o
meu apego
pelo bem
pelo vem
pelo quem
botando
preço no
meu mal
vomitando
estrelas e
purpurinas
carregadas no
sal
...
observo agora
a ressaca dos meus
olhos vermelhos
e espero
quieta esse
enjôo
passar
.
Catarina desce as escadas com pressa. O metrô está vazio e ela aguarda
inquieta a chegada do trem. Na espera, mexe na bolsa e procura um chiclete que
não acha.
Ao levantar os olhos se depara com Bernardo na outra plataforma.
Provavelmente, ele já a tinha visto há algum tempo, pois sua expressão é já
estabelecida,embora ela não a consiga identificar, decifrar.
Suas emoções, as de Catarina,variam muito em poucos segundos.
Fazia tempo que não o via e da última vez que se falaram ,que se
escreveram, a comunicação havia sido distanciada,formal e triste.
A aparição dele não a faz contente, nem infeliz. Acho que não espera nada além de um
aceno de mão cumpridor de uma boa e básica educação.
Pois, está se preparando pra retribuir o gesto quando o trem dele chega e ao partir
faz desaparecer Bernardo.
Enfim. É isso.
Afinal, nem o aceno, como era mesmo ,mais compatível com o desenrolar dessa (não)
relação deles até agora.
Catarina volta para o buraco sem fundo que é a sua bolsa em busca do chiclete.
Não acha.
Desiste.

quarta-feira, 1 de maio de 2013


bolha bolha bolha
aqui de dentro
[não se espante]
tão flutuante
e colorida
mas
estimando
é só um instante
...