sexta-feira, 18 de setembro de 2015

e eu tenho
vontade de
te bater
e colorir
de dores outras
a real dos frames

domingo, 13 de setembro de 2015


respiro estreito
olhando as luzes
ao redor
passos magros
curtos
me esforço
volto a dançar

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

vejo filme triste
choro sem mim
faz de conta que é

que não é aqui
o
meu coração
que mói
.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

desbotando amor
.
por não saber fazer
,
dizem
.
te falta o que os outros tem de sobra
,
dizem
.
é provável
.
desbota, amor
.
pra colorir de novo
,
outra cor
.

sábado, 7 de dezembro de 2013

da calçada vejo
os que passam em
velocidade no centro
curiosa do
acontecimento de
dentro das
suas
janelas escuras

uma garra afiada me
tenta
alcançar os olhos
me arranha
somente o
queixo

sonho que uma
cobra me
morde a bochecha

a temperatura
é
azul
aqui

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

um sorriso enorme
que tem marca e
deixa pra ser

a banda de
peito
faz música
aqui dentro
e vez ou outra
desvia e
é intervalo

a dor devagarinho
de maré mansa
e fim de tarde
de cor bonita
e muitas

o meu corpo
inteiro
suspeita
do bom de
daqui a
pouco

domingo, 27 de outubro de 2013

eu tô aqui
hora quase inteira
hora tão pedaço
num outro formato
hora paisagem
hora parede
eu tô aqui
hora nem sei
hora certeza

sábado, 19 de outubro de 2013

e aí a memória amarelou

te abraço
forte
procurando
e me
fazendo
achar

e a cor muda

a volta da
borda meio
sem traço
sem cheiro
e do sexo
distraído
no atacado

não sei quando foi
...

quarta-feira, 25 de setembro de 2013


decantada
eu
de vocação
ardida e
torpe como
um jazz
antigo
num arrepio
de nuca
obsceno
me desfaço

e me
derramo
débil
e
assoalhada
ridícula e
torta de
não me saber
mais.



terça-feira, 9 de julho de 2013


craquelada.
pelos coitados e
curtos.
nua. gasta.
carcomida de eu.

quando foi
que parei
de
fazer isso?
ir.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

estive por
aí rasgada e
suja
desleixando o
meu apego
pelo bem
pelo vem
pelo quem
botando
preço no
meu mal
vomitando
estrelas e
purpurinas
carregadas no
sal
...
observo agora
a ressaca dos meus
olhos vermelhos
e espero
quieta esse
enjôo
passar
.
Catarina desce as escadas com pressa. O metrô está vazio e ela aguarda
inquieta a chegada do trem. Na espera, mexe na bolsa e procura um chiclete que
não acha.
Ao levantar os olhos se depara com Bernardo na outra plataforma.
Provavelmente, ele já a tinha visto há algum tempo, pois sua expressão é já
estabelecida,embora ela não a consiga identificar, decifrar.
Suas emoções, as de Catarina,variam muito em poucos segundos.
Fazia tempo que não o via e da última vez que se falaram ,que se
escreveram, a comunicação havia sido distanciada,formal e triste.
A aparição dele não a faz contente, nem infeliz. Acho que não espera nada além de um
aceno de mão cumpridor de uma boa e básica educação.
Pois, está se preparando pra retribuir o gesto quando o trem dele chega e ao partir
faz desaparecer Bernardo.
Enfim. É isso.
Afinal, nem o aceno, como era mesmo ,mais compatível com o desenrolar dessa (não)
relação deles até agora.
Catarina volta para o buraco sem fundo que é a sua bolsa em busca do chiclete.
Não acha.
Desiste.

quarta-feira, 1 de maio de 2013


bolha bolha bolha
aqui de dentro
[não se espante]
tão flutuante
e colorida
mas
estimando
é só um instante
...

sexta-feira, 1 de março de 2013


pra quando
a minha boca toda
formigar
e um suspiro
afogado reclamar
de ponta a
ponta
todo o contorno
e os olhos bêbados
forjarem
uma áurea prisma
e o corpo receio
pausar.
(isso é filme...)
.
será?
há de se pensar
.
as coisas
não serào
(sào)
.
há de se
afastar
pra
atualizar
.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

do fim
:
a unha
vermelha
descascada.
o resto de
pó no fundo
da caneca de
chá.
o lençol vazio
bagunçado e
suado.
a ultima luz que
apaga.
os créditos do filme.
o cheiro de sabonete
que
restou no
banheiro.
a luz que acende de
repente.
a porta que
bate é o
último ruído.
o motor que é
acionado.
o movimento de partida que
precede a primeira
rajada de vento.
o sono que
dá.
a insônia que aparece.
a nuca que se vê,
nào mais
os olhos.





segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

sobre
como dar
conta de
expor:
cada poro
do
corpo um
alto falante.

terça-feira, 27 de novembro de 2012


os cantos
da boca
pregados
desenhavam o
tamanho do
peito
coração de
galinha
.
os dedos
enrugados
.
morou na água
.
de certo
.
não
encantava ao
tempo
.
roxa
.
coração
pedra de gelo
dizia
.
(mentia)
.

sábado, 13 de outubro de 2012

pra quando
você
voltar:
te encaixo num
beijo
sorriso
te entrego
meu
vestido de
estrelas
te choro
que nào
sei o
que e
vou
nadar
.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

e o que
sobra aqui
dentro escapa
se espalha no
cobertor
branquinho
.
foge nos
olhos
.
temperos e
imobilidades à
parte
.
a sopa é
salgada
e dói
.
não há cartaz
.

domingo, 29 de julho de 2012

dali
brotam
outros nomes
cartazes
a te
procurar
rasurados
outras canecas
pareadas.
nào mora mais.