terça-feira, 25 de dezembro de 2012

do fim
:
a unha
vermelha
descascada.
o resto de
pó no fundo
da caneca de
chá.
o lençol vazio
bagunçado e
suado.
a ultima luz que
apaga.
os créditos do filme.
o cheiro de sabonete
que
restou no
banheiro.
a luz que acende de
repente.
a porta que
bate é o
último ruído.
o motor que é
acionado.
o movimento de partida que
precede a primeira
rajada de vento.
o sono que
dá.
a insônia que aparece.
a nuca que se vê,
nào mais
os olhos.





segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

sobre
como dar
conta de
expor:
cada poro
do
corpo um
alto falante.

terça-feira, 27 de novembro de 2012


os cantos
da boca
pregados
desenhavam o
tamanho do
peito
coração de
galinha
.
os dedos
enrugados
.
morou na água
.
de certo
.
não
encantava ao
tempo
.
roxa
.
coração
pedra de gelo
dizia
.
(mentia)
.

sábado, 13 de outubro de 2012

pra quando
você
voltar:
te encaixo num
beijo
sorriso
te entrego
meu
vestido de
estrelas
te choro
que nào
sei o
que e
vou
nadar
.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

e o que
sobra aqui
dentro escapa
se espalha no
cobertor
branquinho
.
foge nos
olhos
.
temperos e
imobilidades à
parte
.
a sopa é
salgada
e dói
.
não há cartaz
.

domingo, 29 de julho de 2012

dali
brotam
outros nomes
cartazes
a te
procurar
rasurados
outras canecas
pareadas.
nào mora mais.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

meu coraçào exíguo pra tamanho tropeço escorre assobio pra toda janela que passa . sim . maior de nào anoitecer aqui dentro . batom vermelho e outras anáguas ...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

sentada ali
eu desembrulhava pensamentos
descascava impressões
no vazio
no frio
com o foco
no menor quadrado
da minha calça xadrez
eu sentia saudades
do que planejei pra mim

domingo, 5 de fevereiro de 2012

flutuante flamejante

de batom vermelho
[mentira]
um whisky e um
cigarro na
mão
[mentira]
ela gargalhava
um riso
solto
escancarado
debochado
pornográfico
até
[eu diria]
ela perdia o fôlego
as pessoas passavam
ela as
ignorava
embora aquilo
tudo fosse
extremamente relevante
seus pensamentos não
existiam eles
coexistiam
talvez
com o extra do instante
e fluiam na medida que
as coisas
não aconteciam
ela se escorava no copo
e usufruia do nada e
do ninguém
e de tudo o que
lhe era oferecido
e amava
[amava]
amava o
momento
seu peito explodia de
amor e entusiasmo
exageradamente
vivia o exacerbado
e escrachava
seus braços e seus pés
sua barriga e seus
ouvidos
sua língua e sua boca
ela engolia o caroço
o alvoroço da enlouquecida
inexistência de porquês
que descorria o pertinente
do evento
e era
bom
porque era só vazio
vazio do bom e do ruim
e não tinha balança
nem justificativa
nem coerência
era só permanência
e ela ria
e chorava de rir
até
e dançava
e ria
e doía
[e aí acabou]
.
e o meu poder
nessa nossa
relação
está
na cena de
me fazer
desejável
e eu
te seduzo
montada
nessa sua
insegurança
e nessa
falha da minha
auto estima
mas
é aí que
eu te amo
feito louca
mas
é aí que
eu te amo
como nunca
.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

no quarto
escuro do
meu
peito o
que desejo
tem o futuro
que eu
desenhar.

insone.

rascunho uma
possibilidade.

meu sorriso
se
liquefaz.