se eu pudesse te fazer entender
se eu tivesse o poder de te fazer
receber o que eu
criei
o que eu inventei
seria divertido
eu te traria pra cá
mais um pouquinho
eu te faria um carinho
eu te olharia diferente
eu te levaria
pra ouvir o barulho do mar comigo
e num silêncio entorpecido eu
sorriria pra você
eu te daria o meu livro preferido
numa data qualquer
se você me deixasse ser
eu seria o que eu quero
o que eu insisto
eu te daria um abraço
gostoso eu
gargalharia
solta
porque não me pesa
porque não me inibe
eu te admiraria leve
e aí eu te desejaria mais
bastante,eu acho
...
boa noite
e um beijo
purpurinado
enfeitado de
brilhantes
cheio de confetes
e estrelhinhas
sortidas

eu
quero entender do
seu olhar
dar conta dela
sua alma
fazer sentido
eu
no seu sorriso
.

ela me vigia
eu a reconheço
escuto o ranger
da dobradiça
ela me vigia
pela fresta da
porta . ansiosa
ela me espreita
espera que eu
enfraqueça
eu a percebo
pelo reflexo
no espelho
da penteadeira
eu passo o meu
batom
minuciosamente
e a aguardo
resignadamente.

ela o estendeu
os braços
ele a negou o
seu abraço
os músculos fatigados
o coraçào machucado
ele foi
ela ficou
até que
entào
ela o perdeu
de vista
...

eu finjo samba e amor até mais tarde.

catarina abriu os olhos devagar dormia de lado cegou-lhe uma luz que não mais vira ela identificava mas há tempos não a via ela respirou fundo e sentiu uma
brisa veio nela um perfume que a confundiu um cheiro misturado que
a remetia que a transbordava que a transtornava um pouco atordoada ela se
sentou e olhou pro lado pro outro lado há tempos não olhava pra esse
lado... ele ainda dormia não se mexia respirava fundo abraçado no
travesseiro provavelmente sonhava... a brisa ventava agora um cheiro já
decodificado um cheiro dele um cheiro deles ela olhava era bonito de ver de
sentir e inventando que tudo aquilo era verdade ela acarinhou de leve o seu
cabelo e deu um beijo quase intocável no seu rosto parecido com os que ela costumava dar...um cheirinho na sua nuca outro e outro e sim...essa era mais ou menos a conta que ela costumava fazer entào outro e mais outro e num suspiro se afastou ele não
se mexia provavelmente sonhava um outro sonho... devia ser bom esse tava
bonito ele era agora preto e branco ainda respirava fundo era bonito ela sorriu e num outro tempo se virou de lado praquele primeiro lado se deitou fechou os olhos 
e esperou amanhecer um outro lugar...

do bom e do melhor de mim e pra mim.

então,dei de encontro a
um sorriso largo
farto
bonito
silencioso e
solitário
feliz
preenchido de mim
pregado
carimbado
costurado
emancipado
profeta do agora em diante
pleno e suave
sem a ansiedade da
saudade do
daqui a pouco
quem sabe
e do todo em mim de ti
[embora,não fosse má idéia]

mas,esse trato é meu
e acordado está
do agora em distante
em mim
.

daquele cheiro que descrevia, que entendia, que pesquisava, que descobria,
que percorria o meu contorno, do envólucro que definia, que aquecia o meu
entorno, dos sons, dos toques, do avesso que transgredia o meu dentro. o
meu entre...entre. então... 
quando foi,mesmo? a foto amarelou.
 ela fez a curva.
mais uma vez...

a porta estava trancada

não havia janela
não havia parede
não havia chão
não havia teto

só a porta

e ela estava trancada

eu ouvia vozes
risadas
e uma música bonita
de dentro dela

durante um tempo
eu acreditei estar do outro lado
durante um tempo
eu fingi estar do outro lado
durante um tempo
eu quis estar do outro lado

mas, eu estive aqui
desde o começo

e a porta
sempre esteve
trancada