quinta-feira, 26 de agosto de 2010

de um jeito que.

existe agora
um eu
que se debruça
agora
no parapeito
de um jeito
que.
talvez.
a minha sopa
de batata baroa
esfria na mesa
não olho agora.
existe a estrela
não olho agora.
é noite.
existe eu
agora que
me debruço
pra fora
não sinto agora.
o vento que
sopra a hora
me desmancha o
cabelo me
cega por um
momento
tenho medo de abrir
os olhos e enxergar
um entorno diferente
do que eu sei
preciso desaguar
lá fora.
murchar o que
eu assoprei
preciso desarmar
lá fora.
preciso derramar
lá fora.
não sei o nome
não sei a fome
o choro é poesia
desperdiçada.
eu coleciono atalhos.
pode ser que eu te
ame agora.
pode ser que eu
pule
agora.
pode ser que
a sopa eu
tome agora.
pode ser que eu
te escreva uma
carta bonita
amora.

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