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terça-feira, 5 de outubro de 2010

as bocas

buracos molhados
melados e quentes

as bocas que passam
são passados trocados
escolhidos e acontecidos
acidentes e infortúnios
carinhos e delírios
cerram e escancaram
gritam silêncios e segredos
declaram amores e venenos
elas vomitam e incendeiam

as bocas lambem
as línguas
pedaços de carne
que saboreiam
as bocas
os gostos
os desejos
e os pedaços
que passam

um cheiro...
um suspiro...
um jeito...

e a boca
se entreabre
e convida
e morde
e comunica
e beija

tem gosto de boca
todas as bocas
muitas as bocas
qualquer boca.

sábado, 25 de setembro de 2010

além lá

eu atravessei
o além lá
você ainda não
pode me ver
calma
com preguiça
meu reflexo
chegará
não se cegue
não se canse
e me sinta
e me encante
me escancare
os espaços
os traços
e dance
.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

vai,vai,vai,vai

morre tranquilo
nos meus braços
exílio
leva um beijo
meu
souvenir dessa
sua estadia
por aqui
.

domingo, 19 de setembro de 2010

eu me entrego

imagens desconexas
que chegam
inspeciono
uma a uma
tentando
jogá-las
pro alto
libertando-as
num vôo
infinito
mas
elas voltam
razantes
me fazendo
correr e suar
e são tantas
e são todas
todas juntas
num alvoroço
fazendo estardalhaço
gritando
suas cores
gritando
seus amores
eu as distraio
me escondo
fujo,mas
elas me cercam
me obrigam
e eu
me entrego
me entrego
me entrego
...
...
...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

de um jeito que.

existe agora
um eu
que se debruça
agora
no parapeito
de um jeito
que.
talvez.
a minha sopa
de batata baroa
esfria na mesa
não olho agora.
existe a estrela
não olho agora.
é noite.
existe eu
agora que
me debruço
pra fora
não sinto agora.
o vento que
sopra a hora
me desmancha o
cabelo me
cega por um
momento
tenho medo de abrir
os olhos e enxergar
um entorno diferente
do que eu sei
preciso desaguar
lá fora.
murchar o que
eu assoprei
preciso desarmar
lá fora.
preciso derramar
lá fora.
não sei o nome
não sei a fome
o choro é poesia
desperdiçada.
eu coleciono atalhos.
pode ser que eu te
ame agora.
pode ser que eu
pule
agora.
pode ser que
a sopa eu
tome agora.
pode ser que eu
te escreva uma
carta bonita
amora.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

nessa dança.

jogada numa
ciranda
louca e vesga
sem restrições
sem definições
num giro sabor
cereja
nas mediações
do meu
quase céu
quase azul
quase anil
um grito rouco
ecoa
calado
travesso
discreto
...
é segredo
...
mas
bêbado
ele
tropeça
escapa
e
voa...
voa...
voa...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

a coisa toda é muita coisa.

hoje é muito
curto.hoje é
muito pouco.
ontem era bom.
ontem era melhor.
amanhã é pra
sempre.amanhã
é pra gente.
amanhã é muito
maior.a coisa
toda é muita
coisa.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

[de olhos bem fechados]

sim...me deixe ir
e descobrir o todo mais
alardear a surpresa do irrestrito
correr nua,sozinha e feliz pelo vácuo
observar o vôo dos que já estiveram
e descansar tranquila almejando estar
sim...me deixe ir
vai ser tão bonito
...
...
...